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6a. Reunião Semestral da ANSP - RSA6

25 anos de muitas ANSPs

 

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Nos anuários da ANSP, o segundo capítulo chama-se “Projeto” e o lead, abaixo do título, termina sempre com a expressão “por isso ... é sempre um projeto”. Escrevemos assim porque, mais que rede, a ANSP sempre foi uma sequência de projetos inovadores na área de redes. Portanto, ao completar 25 anos de existência em 2014, a rede ANSP continua um projeto jovem.

Amadurecida durante os anos 80, a ANSP foi fundada oficialmente em 1989, na forma de uma rede de quatro centros de pesquisa de São Paulo (USP, Unicamp, Unesp e IPT) conectados à rede americana de pesquisa Bitnet através da FAPESP e do Fermilab (laboratório americano de pesquisas, localizado nos arredores de Chicago). Naquela época, não havia Internet (!) e o projeto tinha como objetivo melhorar a comunicação entre os físicos paulistas e seus colegas da América do Norte e da Europa. Nas palavras do Professor Oscar Sala, na época presidente do Conselho Superior da FAPESP:

Visualizei a importância da comunicação que os cientistas teriam através daquele computador, a evolução que a ciência poderia ter, a rapidez com que as informações de outros países chegariam ao Brasil, e aí eu quis contribuir.(1)

Naquele mesmo ano de 1989, incentivado pela comunidade de cientistas da computação e, após o LNCC (Laboratório Nacional de Computação Científica) conectar-se à Universidade de Maryland, o governo brasileiro criou a RNP (Rede Nacional de Pesquisa). Como a rede ANSP já estava operando, ficou encarregada de dar suporte à criação da nova rede. A ANSP era, agora, construtora da rede nacional, e não só para físicos, mas para toda a comunidade acadêmica.

Em 1991, o Fermilab adotou o protocolo TCP-IP. Sua parceira desde o início, a rede brasileira fez o mesmo. Com a consolidação da World Wide Web de Tim Berners-Lee, durante os anos seguintes, a ANSP foi, na prática, a “Internet Brasileira”. Esse processo culminou com sua nomeação, em 1997, como administradora do Registro de Domínios e das demais atividades do recém criado Comitê Gestor da Internet no Brasil. A ANSP era, agora, construtora da Internet.

Em 1998, voltando-se novamente para São Paulo e para a academia, a ANSP tornou-se a “Advanced ANSP “, primeira rede acadêmica de abrangência estadual sobre enlaces de banda larga. Agora, a ANSP tinha dimensões “nacionais”, sendo maior e trafegando mais bits que a maioria das redes acadêmicas nacionais da Europa e de outros continentes.

Esse crescimento permitiu que, durante a década de 2000, a ANSP fosse escolhida como suporte técnico e administrativo dos projetos que formaram o até então maior programa de financiamento de pesquisa em Internet no país, o programa TIDIA da FAPESP. Esses projetos exigiam forte colaboração internacional e a ANSP orquestrou uma parceria com a RNP e a FIU (Florida International University), de Miami, EUA, que permitiu a implantação dos primeiros enlaces acadêmicos de 10 Gbps entre as Américas do Sul e do Norte. Agora, a ANSP era uma das mais importantes infraestruturas de pesquisa do Estado de São Paulo.

Em 2012, com a perspectiva das redes definidas por software e da convergência e virtualização dos computadores, storages e demais funções de rede, levarem a uma mudança de paradigma, a ANSP lançou as RSAs (Reuniões Semestrais da ANSP). Ambientes de discussão e aprendizado sobre os novos conceitos e as novas tecnologias de redes, essas reuniões são abertas a toda a comunidade de técnicos de TI, professores e estudantes de graduação e pós-graduação das universidades e centros de pesquisa do Estado de São Paulo. Agora, a ANSP é também Escola.

Qual será o próximo projeto?

 

(1) Depoimento de 2006, disponível no site da ANSP: http://www.ansp.br/images/docs/Depoimentos/1-2006_PORT_Oscar-Sala_Depoimento_ANSP.pdf

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